domingo, 17 de junho de 2012

SÉRIE PADRES DO DESERTO

Dentro dos conteúdos de patrística e escolástica, estaremos iniciando, sem interromper a série dos mártires, uma série sobre os escritos dos padres do deserto. Os Padres do Deserto ou Pais do Deserto foram eremitas, ascetas, monges e freiras que viviam majoritariamente no deserto da Nítria (Scetes), noEgito a partir do século III d.C.
SANTO ANTÃO
O mais conhecido deles foi Santo Antão (ou Santo Antônio, o Grande), que mudou-se para o deserto em 270-271 e se tornou conhecido tanto como o pai quanto o fundador do monasticismo no deserto.Quando Antão morreu em 356, milhares de monges e freiras tinham sido atraídos para a vida no deserto seguindo o exemplo do grande santo. Seu biógrafo, o doutor da igreja Atanásio de Alexandria, escreveu que "o deserto tinha se tornado uma cidade"
REGRA DE SÃO BENTO

Os Padres do Deserto tiveram uma enorme influência no desenvolvimento do cristianismo primitivo. As comunidades monásticas do deserto que cresceram destes encontros informais de monges eremitas se tornaram o modelo para o monasticismo cristão. A tradição monástica oriental, representada em Monte Atos, e ocidental, sob a Regra de São Bento, foram ambas fortemente influenciadas pelas tradições iniciadas no deserto.

Paulo de Tebas é geralmente creditado como tendo sido o primeiro monge eremita a ir para o deserto, mas foi Santo Antão que efetivamente lançou o movimento que se tornaria os Padres do Deserto. Em algum momento por volta do ano de 270 d.C., Antônio ouviu um sermão de domingo afirmando que a perfeição poderia ser alcançada vendendo-se todas as posses, doando o resultado aos pobres e seguindo Cristo (tratando de Mateus 19:21, parte dos conselhos evangélicos). Ele aceitou a mensagem e tomou ainda o passo adicional de se mudar par ao deserto para buscar a mais completa solidão.


Antão viveu num tempo de transição para o cristianismo - as perseguições de Diocleciano em 303 d.C. foram as últimas grandes perseguições formais aos cristãos no Império Romano. Apenas dez anos depois, ele foi legalizado no Egito pelo sucessor de Diocleciano, Constantino I. Aqueles que tinham partido para o deserto formavam uma sociedade cristã alternativa ao martírio, que era na época visto por muitos cristãos como a forma mais alta de sacríficio. Nesta mesma época, o monasticismo no deserto apareceu quase simultaneamente em diversas áreas, incluindo o Egito e a Síria.

SANTO ATANÁSIO

Com o passar do tempo, o modelo de Antão e outros eremitas atraiu muitos seguidores, que viviam sós no deserto ou em pequenos grupos. Eles escolheram a vida de extremo ascetismo, renunciando a todos os prazeres dos sentidos, ricas comidas, banhos, descanso e todos os demais confortos. Milhares se juntaram a eles no deserto, a maioria homens, mas também um punhado de mulheres. As pessoas começaram a ir para o deserto em busca de conselhos e recomendações dos primeiros Padres do Deserto. Quando Antão morreu, havia tantos homens e mulheres vivendo no deserto que ele foi descrito como uma "cidade" pelo biógrafo de Antão, Atanásio de Alexandria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário