sexta-feira, 8 de junho de 2012

SÉRIE MARTÍRIO - SÃO TIAGO OU SANTIAGO

Desculpem a ausência, mas estamos de volta com a série dos mártires e hoje falaremos do primeiro apóstolo mártir - São Tiago Maior ou Santiago


Santiago faz parte integrante do conjunto básico da Igreja Primitiva de Jerusalém, com o grupo dos “DOZE”, desempenhando um papel relevante dentro da comunidade cristã da Cidade Santa. Num clima de grande inquietude religiosa, onde aumentava a cada dia o desejo de erradicar o incipiente cristianismo, temos noticia sobre como se lhes proibira aos Apóstolos pregar aos judeus.

Tiago toma conhecimento que dois magos célebres haviam seduzido a população com seus encantamentos, mas Tiago desprezando tal limitação, começa a pregar anunciando a sua mensagem evangelizadora a todo o povo, entrando nas sinagogas e argumentando com todos sobre a anunciada chegada do profeta pelos judeus.


Tradições à parte, sabem-se que no ano 44 da era cristã, quarto ano do Império de Cláudio, Tiago juntou-se a Pedro em Jerusalém para celebrar a Páscoa, um ano que lhe seria fatídico. A sua grande loquacidade, a sua capacidade dialética e o atrativo da sua personalidade, situa-se como um dos Apóstolos mais seguidos na sua missão evangelizadora. Todo esse assunto molestava os judeus e, Abiathar, sumo sacerdote, excitou a multidão contra Tiago de forma a que levasse a Herodes Agripa I, neto de Herodes o Grande, senhor da Palestina, rei da Judéia a prendê-lo e posteriormente condenar a morte. Aliais, é o único Apóstolo cuja morte vem mencionada na Bíblia, nos Atos dos Apóstolos (12, 1-3):


“1 – Por aquele tempo, o rei Herodes, mandou prender alguns membros da Igreja para torturá-los. 2 – Assim matou a espada Tiago, irmão de João. 3 – Vendo que agradava aos Judeus mandou prender também Pedro. Era a semana da Páscoa”.


Herodes era filho de Aristóbulo IV e de Berenice, tinha três anos quando o seu pai foi executado, passou sua juventude em Roma onde tinha uma vida mundana, criou-se com Duso, filho de Tibério e se dizia amigo dos Imperadores Calígula e Cláudio. Devido a esse fato obteve o domínio como rei, de toda o território da Palestina.


Este o manda decapitar em 25 de julho em Cesaréia, transformando-o assim no primeiro Apóstolo a derramar sangue por Cristo. Antes disso ainda tem tempo para milagres, o encarregado de conduzir Santiago ao suplicio, o carcereiro fariseu chamado Josías, presencia como o Apóstolo cura um paralítico.


Movido pelo arrependimento, converte-se ao cristianismo, suplicando o perdão do Apóstolo, Santiago pede como “última graça” um recipiente com água e o batiza. Ambos são degolados. Nessa mesma época, Herodes manda também prender a Pedro que conseguiu fugir com a ajuda de um anjo (At. 12, 1-13). Pouco tempo depois, no mesmo ano do martírio de Santiago (44 d.C.), Herodes Agripa I, morre repentinamente de complicações abdominais, após cinco dias de agonia, alguns historiadores informa que o mesmo foi envenenado. 


Segundo os Evangelhos o mesmo foi ferido por um anjo (At. 12, 20-23).
Os modos de execução naquela época entre os judeus eram o de empalamento, apedrejamento e decapitação. Este último era empregado por dois delitos: o de idolatria coletiva e o de homicídio. Embora não conste expressamente, é lógico que Santiago, pregador cristão, deveria ter sido acusado de “idolatria coletiva”, pois difundia o culto a Jesus, cuja divindade não era reconhecida pelos judeus.


Reza a tradição (ou lenda), que Santiago orou antes de receber o golpe e que, após ser degolado, segurou nas mãos até à tarde do dia seguinte à própria cabeça, enquanto a sua morte era marcada por trovões, relâmpagos e cânticos de anjos.


Da analise dos Evangelhos poderíamos dizer que o martírio de Santiago foi o cumprimento de uma palavra de compromisso que o Apóstolo havia contraído com Cristo, quando a sua mãe solicitou um pedido a Jesus para que seus filhos Tiago e João tivessem o direito de terem os primeiros postos do reino de Cristo, ao que “Jesus disse:Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu devo beber? – “sim”, disseram-lhes”. (Mt. 20, 20-23).

Com referência a data do seu martírio existe uma controvérsia segundo alguns martirologistas, a data seria 25 de março. Quanto a sua celebração em 25 de julho que aparece nos calendários antes do descobrimento dos seus restos mortais no século IX, pergunta-se: “Seria o dia em que chegaram a Padrón seus discípulos com o corpo do Apóstolo?”. E quanto a data 8 de agosto que alguns historiadores informam ser a da chegada da barca conduzindo o seu corpo nas areias de Padrón! Não conseguimos rastrear nenhum evento com relação a Santiago sobre a mesma.

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