quarta-feira, 18 de junho de 2014

VIAS PARA SE BEM VIVER A CASTIDADE

Sabemos que a castidade é uma virtude, e como toda virtude, para se consegui-la precisa-se de um esforço, de uma luta contra a vida de vício, pois o vício é mais atrativo e mais sedutor que a virtude.
Para a castidade não é diferente, pelo contrário, o combate é ainda mais difícil e laboroso. Para isso, estaremos indicando caminhos dados pelos moralistas, pelos santos e pela própria ciência para se chegar a tamanha virtude.

VIAS ESPIRITUAIS

1 – A frequência da oração e dos sacramentos. Como indicou Nosso Senhor, “Estes tipos de demônio só podem ser expulsos com jejum e oração”. Certas tentações só são superadas com o auxílio da oração e da mortificação. Portanto, o jejum frequente, a confissão e a eucaristia frequentes e a oração diária nos ajudarão a chegar a essa graça da castidade.

2 – Fuga das ocasiões de pecado. Certas situações são ocasiões que podem levar a pessoa a pecar, apesar de que isso varia para cada pessoa. Portanto, se certa situação é pra determinada pessoa ocasião de pecado que se afaste dela. Dentre as diversas existentes, podemos citar o ócio, a melancolia, leituras e imagens que incitam a fantasia e a paixão, certas amizades sugestivas, más companhias e etc.

VIAS MORAIS

1 – Amor pelo pudor, pela honra e pela virtude. Se alguém deseja algo, deve sempre amar isso que deseja possuir. Dessa maneira, deve-se admirar mulheres e homens que se vistam com pudor, e ao mesmo tempo repudiar o sexismo e essa sexualidade desenfreada ensinada pelo mundo. Não se pode admirar a beleza de quem se veste de maneira indecente ou modesta, pois dessa maneira estaremos admirando a imodéstia e a falta e pudor também

VIAS PSICO-BIOLÓGICAS

1 – A prática esportiva. A prática esportiva auxilia o homem no controle de sua sexualidade, pois a mesma libera hormônios, estes que em grande parte são os mesmos da relação sexual, fazendo com que dessa forma, o corpo esteja equilibrado e sem hormônios em excesso, permitindo ao cristão uma tranquilidade biológica maior com relação aos seus instintos


2 – Alimentação e sono regulados. Um desequilíbrio nunca vem só, da mesma forma que tendo equilíbrio e disciplina em diversas áreas do nosso ser, a castidade “será arrastada” junto, pois a castidade é a disciplina sobre nossos impulsos e instintos sexuais. Dessa maneira, treinando a disciplina, a castidade acabará por se tornar consequência. 

terça-feira, 17 de junho de 2014

BEIJO NA BOCA... PODE ARNALDO?


Muitos são os sites que encontramos na internet que afirmam que o beijo na boca entre um casal de namorados é pecado mortal. Mas será isso verdade? Por que muitos são os equívocos acerca desse assunto, tanto pra mais quanto pra menos.

Para que um pecado seja mortal o mesmo deve se configurar com três aspectos:

A matéria deve ser grave, deve haver pleno conhecimento e pleno consentimento da vontade.
Dessa forma, já vemos que o beijo na boca não se configura como pecado mortal pois não se trata de matéria grave. Os pecados sexuais de matéria grave são elencados no catecismo e na Sagrada Escritura que são: Fornicação, masturbação (Onanismo), prostituição, pornografia, estupro e adultério. Essas são as matérias graves que constituem os pecados contra o sexto mandamento.

Porém, existe um problema e é aqui que reside o perigo do beijo na boca. Nosso Senhor ensina que “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela.” Mt 5, 27 – 28. Ou seja, Nosso Senhor fala aqui do pecado de desejo que é aquilo que ensina Santo Afonso: “O que não é lícito fazer não é lícito desejar”. Santo Afonso quer nos dizer que um mal pensamento libidinoso ou desejoso SE CONSENTIDO PELA NOSSA VONTADE se configura pecado contra a castidade.

Consentido pela vontade significa que o agente se deleita no pensamento, se deixa levar pela fantasia e sente prazer nela. Portanto nisso consiste o perigo do beijo na boca. Ao fazermos tal ato, fechamos os olhos e nos deixamos levar pela fantasia, imaginando ou desejando mil e uma coisas. Porém o problema não está no ato em sí mesmo, pois beijo não imagina, quem imagina somos nós.

Se ao beijar imaginamos tantas coisas, o problema está em nossa mentalidade que está tomada pela sexualidade ensinada pelo mundo e levada pela “carne”. Portanto aí vai uma dica pastoral: Se ao beijarmos chegamos a tanto, devemos evitar tal situação para não cair em pecado, tanto de desejo quanto mais carnal.


Outra via de pecado que o mesmo pode se tornar é se nos deixamos levar pelas carícias indevidas ao tempo do namoro, tocando nas partes menos honestas do corpo do outro. Por se procurar o prazer venéreo nisso se caracteriza como pecado grave. Por parte menos honestas se entendam as regiões genitais e as suas proximidades.

Diante disso alguns questionamentos podem surgir, como o fato de se excitar com um beijo, apesar de não desejar ou imaginar nada. Isso acontece como uma reação natural do corpo, mas a mesma não configura um pecado, a não ser que seja desejada. Não sendo, falta o consentimento como nos ensina Santo Afonso no belíssimo tratado da castidade:
“Por mais que sejamos atormentados pelas tentações, pela rebelião de nossos sentidos, pelas comoções ou sensações desregradas de nossa natureza corpórea, não existe pecado algum enquanto faltar o consentimento, como ensina também São Bernardo, dizendo: "O sentimento não causa dano algum, contanto que não sobrevenha o consentimento".”

Outros podem afirmar que o beijo na boca é uma preparação para o ato sexual, pois simboliza uma penetração no corpo do outro. O saudoso professor Orlando Fedeli em uma de suas aulas falava dos símbolos, ao afirmar que os mesmos tem significado ambíguo. Ou seja, um beijo na boca pode sim significar uma preparação para o ato, mas depende de quem vê, pois o mesmo é um símbolo, portanto tem significado relativo. O Beijo pode também significar uma forma de afeto e carinho.


Como vimos, o beijo na boca é algo que é licito, pois não constitui de matéria grave, mas é perigoso pois pode levar a tal fato. Para as coisas perigosas nos direciona muito bem São Francisco de Sales: 
“As danças e os bailes não são de modo algum coisas más, mas sim indiferentes, que podem ser usadas tanto para o bem como para o mal. Contudo sempre são coisas perigosas e mais ainda é o afeiçoar-se a elas. Por isso te digo Filotéia, embora não seja pecado uma dança modesta, um bom jantar, sem intemperança, contudo A AFEIÇÃO QUE SE PODERIA ADQUIRIR A ESTAS COISAS SERIA INTEIRAMENTE CONTRÁRIA A DEVOÇÃO, muito nocivo pra a nossa alma e de grande perigo para a salvação....



...NÃO DIGO QUE EM OCASIÃO NENHUMA POSSAMOS USAR ESSAS COISAS PERIGOSAS, mas digo somente que nunca poderemos apegar nessas coisas o coração sem danos da devoção"

OS BAILES E OUTROS DIVERTIMENTOS PERMITIDOS, MAS PERIGOSOS - CAPÍTULO XXXIII São Francisco de Sales (1567-1622), do livro Filotéia. (Grifo nosso)


São Francisco aqui fala dos bailes, mas se encaixa na mesma situação, pois não são coisas más, os bailes e o beijo na boca, mas podem ser usadas tanto para o bem como para o mal. Acrescenta ainda que são perigosas, e mais ainda se afeiçoar a elas, ou seja, trazendo para o nosso caso, será que meu namoro tem que ter beijo?


Portanto, podemos concluir que BEIJO NA BOCA NÃO É PECADO, MAS É ALGO PERIGOSO. Dessa maneira cabe ao casal direcionar seu namoro quanto a isso. Se te leva a pecar, seja pela “carne” ou pelo desejo, que não se faça, mas se isso não ocorre, bons beijos, mas mantendo sempre ativa a prudência e a vigilância.