A linha mais tradicional defende que não se pode em hipótese alguma, mas a linha modernista afirma que pode tudo e dão uma nova interpretação da Bíblia, do Catecismo e do Direito Canônico. Afinal, onde ficamos no meio dessa briga?
Primeiramente é necessário que tenhamos fundamento naquilo que cremos, e sabemos o por que que estamos fazendo determinada coisa. Muitas vezes se crê que não é possível a ida a essas festas devido muitas vezes a um puritanismo. A doutrina puritanista, diga-se passagem, doutrina protestante, afirma que determinada coisa tem um mal em si mesma, ou seja, a natureza da coisa é má nela mesma, afirmando que o pecado está na própria coisa.
Os verdadeiros Católicos creem que existem três tipos de coisas: As ruins, as boas e as neutras, estas que podem se tornar boas ou ruins, dependendo do que se faz com elas. DEVEMOS MUITAS VEZES EVITAR IR A FESTAS E SHOWS, NÃO POR PURITANISMO, MAS PRA EVITAR QUE SE CAIA EM PECADO! As festas e os shows são coisas que são neutras, que podem ser usadas tanto para o bem como para o mal, e o que devemos fazer diante dessas situações é pensar em dois pontos:
1 - Estarei me expondo em um lugar que poderá ser pra mim ocasião de pecado, estarei me expondo a tentação e poderei cair em pecado?
2 - Estarei sendo motivo de escândalo para os outros, ou seja, estarei dando "contra-testemunho"?
Mas já afirmara certa vez um grande Santo, Bispo e Doutor da Igreja, São Francisco de Sales, no seu mais importante livro, Filotéia:
"As danças e os bailes não são de modo algum coisas más, mas sim indiferentes, que podem ser usadas tanto para o bem como para o mal. Contudo sempre são coisas perigosas e mais ainda é o afeiçoar-se a elas. Por isso te digo Filotéia, embora não seja pecado uma dança modesta, um bom jantar, sem intemperança, contudo A AFEIÇÃO QUE SE PODERIA ADQUIRIR A ESTAS COISAS SERIA INTEIRAMENTE CONTRÁRIA A DEVOÇÃO, muito nocivo pra a nossa alma e de grande perigo para a salvação....
...NÃO DIGO QUE EM OCASIÃO NENHUMA POSSAMOS USAR ESSAS COISAS PERIGOSAS, mas digo somente que nunca poderemos apegar nessas coisas o coração sem danos da devoção"
OS BAILES E OUTROS DIVERTIMENTOS PERMITIDOS, MAS PERIGOSOS - CAPÍTULO XXXIII São Francisco de Sales (1567-1622), do livro Filotéia. (Grifo nosso)
OS BAILES E OUTROS DIVERTIMENTOS PERMITIDOS, MAS PERIGOSOS - CAPÍTULO XXXIII São Francisco de Sales (1567-1622), do livro Filotéia. (Grifo nosso)
Portanto, é visível que os leigos podem sair e ir para um restaurante, tomar um chopinho e comer com temperança, ir a uma festa com uma música "boa" (Por que música BOA MESMO, AO MEU VER, é a música clássica, as outras são boas, mas não como essa), sem conteúdo xulo, pornográfico ou que vai contra os princípios cristãos, e ir com amigos e pessoas que também busquem se comportar para que você não sente na mesa dos pecadores, como diz São Paulo, é permitido sim.
Portanto, a conclusão que chegamos é que podemos sim ir, é até "bom" irmos de vez em quando para mostrar que não somos puritanos, ou seja, não somos protestantes, MAS com muita prudência, pensando sempre se aquele lugar não me levará a cometer pecados graves ou professar algo que não convém a um cristão. Encerraremos com as palavras de um confrade da página Tradição em Foco com Roma, Rafael Vitola Brodback:
Discussões gerais nunca são uma boa nesse sentido
Por outro lado, como cada caso é um caso. Corre-se o risco de, por uma conclusão pessoal, em um caso concreto, válido para uma situação específica e uma pessoa em especial, considerar que é uma lei geral. E aí, sim, surgem os puritanismos e as morais de listas...
O melhor é expor os princípios. O resto é a aplicação no caso concreto que cada um deve fazer em uma situação específica."
Rafael Vitola Brodback é um padre?
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